quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quem planta preconceito?
(Natiruts)


Quem planta preconceito, racismo
E indiferença não pode reclamar da violência
Lembra da criança no sinal pedindo esmola?
Não é problema meu fecho o vidro e vou embora
Lembra aquele banco ainda era de dia
Tem preto lá na porta avisem a polícia
E os milhões e milhões que roubaram do povo
Se foi político ou doutor serão soltos de novo
Quem planta preconceito, racismo
E indiferença não pode reclamar da violência
Há ainda muito o que aprender
Com África Bambaataa e Salassiê
Com Bob Marley e Chuck DO reaggae,
o hiphop às vezes não é esse que está aí
Sequela a violência entrando pelo rádio, pela tela
E você só sente quando falta o rango na panela
Nunca aprende, só se prende não se defende
Se acorrenta toma o mal, traga o mal experimenta
Por isso ainda há muito o que aprender
Com África Bambaataa e Salassiê
Com Bob Marley e Chuck DO reaggae, o hiphop pode ser o que se expressa aqui
Jamaica, ritmo no pódium sua marca
Várias medalhas, vários ouros, zero prata
E no bater da lata decreto morte a gravata
E no bater das palmas viva a cultura rasta
Crianças não nascem más
Crianças não nascem racistas
Crianças não nascem más
Aprendem o que a gente ensina
Por isso ainda há muito o que aprender
Com Africa Bambaataa e Salassiê
Com Bob Marley e Chuck DTodo dia algo diferente que não percebi
E na lição um novo dever de casa
Mais brasa na fogueira, e o comédia vaza
A moda acaba, a gravadora trai
Há ainda muito o que aprender
Lado a lado, aliados Natiruts GOGO DF o cerrado um cenário descreve
Do Riacho a Cinelândia cansei de ver
A repressão policial
A criança sem presente de natal
O parceiro se rendendo ao malQuem planta a violência colhe odio no final.
Ponta da Língua

Cheia de graça é a nossa língua portuguesa. Você nem precisa aprender o á-bê-cê para rir com ela.
Desde pequeno já ouve dizer que mentira tem pernas curtas.
E mentira tem pernas? E a verdade? A verdade tem pernas longas?
E quando dói a barriga da perna?
Ou quando ficamos de orelha em pé?
O que a barriga tem a ver com a perna, e a orelha com o pé?
Pra ser divertido, não leva nada ao pé da letra!
Até porque letra não tem pé. Ou tem?
Pé-de-meia é o dinheiro que a gente economiza.
Pé-de-moleque, doce de amendoim.
Dedo de prosa é papo rápido. Dedo-duro é traidor.
Pão-duro, pessoa egoísta. E boca da noite? E céu da boca?
É uma brincadeira atrás da outra!
Cabeça de cebola, dente de alho, braço de mar.
Com a nossa língua a gente pode pegar a vida pela mão.
Pode abrir o coração, pode fechar a tristeza.
A gente pode morrer de medo e, ao mesmo tempo, estar vivinho da silva.
Pode fazer coisas sem pé nem cabeça.
Mas brincar com palavras também é coisa séria.
Basta errar o tom e você vai parar no olho do furacão.
Então, divirta-se. Cuidado só para não morder a língua portuguesa!


A paz e a guerra


"Há ideologias que pressupõem que seja o homem um ser naturalmente inclinado à guerra, essencialmente agressivo. São idéias fundamentais na teoria da evolução, nos conceitos de luta pela existência, em que o mais forte ocupa as altas posições econômicas e políticas.
No entanto, estas concepções são completamente contrárias à tendência evolucionária humana, que retrocede não só até a evolução em nível animal, mas também ao mais baixo nível de luta animal. Nem mesmo os carnívoros se alimentam uns dos outros, como o homem competitivo devora os rivais. Nenhum futuro evolucionário espera o homem que segue este caminho. A luta competitiva não deixará sobrevivente. Mesmo que se limite a uma guerra econômica, só pode acabar em contenda social, em crise de desemprego, em apuros financeiros e num fracasso quanto à utilização dos recursos do mundo da maneira mais completa e eficiente. Fora de atitude mútua de colaboração social e da produção voltada e planejada para o consumo, não há solução para tais dificuldades. Enquanto se mantiverem as condições atuais, o homem sentir-se-à agressivo, e estará preparado para assegurar seu próprio bem-estar às custas do próximo.
Esta, contudo, não é a natureza do homem, e sim a natureza do homem em nível sub-humano. Se o colocarmos em condições de trabalho realmente humanas, tendo em vista o bem comum, sua natureza tornar-se-a mais humana, mais cooperativa, e seu futuro estará assegurado. "Se fracassarmos neste propósito, seu futuro será a guerra e à destruição."
(John Lewis – O Homem e a Evolução)